Deusa guardiã do tempo Perdoai o pecado mortal Do desperdício das horas O tempo que escorre feito gelo Antártico pelo relógio eterno do poderoso Deus
Deusa do tempo Perdoai as horas absurdas, em desuso Entre “joinhas e corações” Rolando o dedo na tela
Horas a fio, entre o raso e o convexo E coisas sem relevância e nexo
Deusa do tempo Perdoai por todos os livros da vida de pessoas tão amadas e queridas que não li
Deusa do tempo Perdoai pelo cronômetro da generosidade que ignorei Pelo bem que eu não fiz, que não vive e tampouco doei Em horas preciosas para outrem
Perdoa oh Deusa do tempo, que ecoa sereno nesse ínterim Pelos excessos linguísticos Pelos poemas não lidos Pelos livros que não escrevi Pelo tempo perdido enfim.