Lucas do Rio Verde: um pouco da história de uma jovem cidade
A grande maioria dos cerca de 100 mil habitantes que integram hoje a população de Lucas do Rio Verde talvez não compreenda com a devida profundidade o que representou para os luverdenses de outrora conquistar a emancipação político-administrativa.
A cidade é originária de um projeto de colonização executado pelo governo federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Quando o Incra implantou o Projeto Especial de Assentamento Lucas Rio Verde, em 1981, trazendo do Rio Grande do Sul cerca de 200 famílias que estavam acampadas à beira da estrada em Encruzilhada Natalino, município de Ronda Alta, encontrou aqui 85 famílias de posseiros que adentraram na região a partir de 1975, atraídas pela abertura da rodovia Cuiabá/Santarém. Junto com as famílias sulistas, foram assentadas também cerca de 50 famílias vindas do interior de São Paulo, unidas por um projeto cooperativo.
Em 5 de agosto de 1982, o Incra promoveu a fundação do núcleo urbano para dar apoio e suporte ao Projeto Especial de Assentamento Lucas Rio Verde. A cidadezinha que se formou às margens da BR-163 (Cuiabá/Santarém), raras vezes desfrutou o carinho e atenção de Diamantino, o município mãe que, em tese, teria o dever de cuidar e fazê-la crescer.
A cidadezinha cujos moradores viviam sem água encanada, sem energia elétrica, sem telefone, sem asfalto e cheia de carências, precisou aprender a engatinhar sozinha e, aos poucos, foi criando coragem para colocar-se em pé e aprender a andar, até descobrir que era capaz de erguer a cabeça e caminhar a passos largos.
Então, a partir do ponto de vista de quem viveu essa experiência, a conquista da emancipação, em 4 de julho de 1988, e a consequente instalação do município, em 1º de janeiro de 1989, representou a possibilidade de abrir caminhos e traçar o destino de uma cidade sem mais estar administrativamente atrelada a um município sede que não conseguia estar próximo nem tampouco atender as principais demandas da população que aqui habitava.
E 36 anos se passaram, grandes transformações ocorreram em todos os aspectos. Éramos meros produtores de arroz e soja. Nos transformamos num dos principais polos de produção de proteína vegetal e proteína animal. Éramos uma população predominantemente sulista. Nos transformamos em uma cidade multifacetada, que acolheu e acolhe migrantes advindos dos quatro cantos do país e, juntos, estão construindo a identidade cultural do povo luverdnese.
As transformações econômicas trouxeram também demandas socioeducacionais. Com isso, torna-se cada vez mais desafiador manter os indicadores de qualidade de vida que projetaram Lucas do Rio Verde como uma cidade modelo para Mato Grosso e até para o país.
Planejamento, gestão responsável, investimentos em infraestrutura, urbanização, educação e saúde são os principais fatores que contribuíram para que o município chegasse ao elevado patamar de desenvolvimento que o projetou como destaque. Manter o elevado índice de desenvolvimento exige cada vez mais planejamento, gestão responsável, investimentos em infraestrutura, em saúde, educação, segurança pública, habitação, saneamento, esporte, cultura, lazer, meio ambiente e sustentabilidade.
Mais importante do que manter um bom índice, entretanto, é possibilitar que os cidadãos sintam-se bem onde vivem, que usufruam da segurança e tranquilidade suficientes para trabalhar, criar seus filhos e sentirem-se partícipes do desenvolvimento.
Cremos que este deve ser o espírito que há de nos integrar na celebração dos 42 anos de fundação e 36 anos de emancipação de Lucas do Rio Verde, a nossa cidade. O esforço empreendido pelos migrantes de outrora para construir uma cidade capaz de oferecer qualidade de vida a todos que nela vivem, deve continuar inspirando os migrantes e os jovens de agora para que todos possamos permanecer unidos no mesmo espírito e nos mesmos ideais que moveram os pioneiros a empreenderem esforços para fazer de Lucas do Rio Verde uma cidade diferente, onde a cooperação e a participação coletiva produzem resultados.
Parabéns, Lucas do Rio Verde, pelos 42 anos de fundação! Parabéns, povo luverdense, pelos 36 anos de emancipação e progresso!
Que a cultura, em especial a literatura, continue conquistando seu espaço e contribuindo para integração deste povo destemido e arrojado!
Vera Terezinha Faccin Carpenedo
A grande maioria dos cerca de 100 mil habitantes que integram hoje a população de Lucas do Rio Verde talvez não compreenda com a devida profundidade o que representou para os luverdenses de outrora conquistar a emancipação político-administrativa.
A cidade é originária de um projeto de colonização executado pelo governo federal, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Quando o Incra implantou o Projeto Especial de Assentamento Lucas Rio Verde, em 1981, trazendo do Rio Grande do Sul cerca de 200 famílias que estavam acampadas à beira da estrada em Encruzilhada Natalino, município de Ronda Alta, encontrou aqui 85 famílias de posseiros que adentraram na região a partir de 1975, atraídas pela abertura da rodovia Cuiabá/Santarém. Junto com as famílias sulistas, foram assentadas também cerca de 50 famílias vindas do interior de São Paulo, unidas por um projeto cooperativo.
Em 5 de agosto de 1982, o Incra promoveu a fundação do núcleo urbano para dar apoio e suporte ao Projeto Especial de Assentamento Lucas Rio Verde. A cidadezinha que se formou às margens da BR-163 (Cuiabá/Santarém), raras vezes desfrutou o carinho e atenção de Diamantino, o município mãe que, em tese, teria o dever de cuidar e fazê-la crescer.
A cidadezinha cujos moradores viviam sem água encanada, sem energia elétrica, sem telefone, sem asfalto e cheia de carências, precisou aprender a engatinhar sozinha e, aos poucos, foi criando coragem para colocar-se em pé e aprender a andar, até descobrir que era capaz de erguer a cabeça e caminhar a passos largos.
Então, a partir do ponto de vista de quem viveu essa experiência, a conquista da emancipação, em 4 de julho de 1988, e a consequente instalação do município, em 1º de janeiro de 1989, representou a possibilidade de abrir caminhos e traçar o destino de uma cidade sem mais estar administrativamente atrelada a um município sede que não conseguia estar próximo nem tampouco atender as principais demandas da população que aqui habitava.
E 36 anos se passaram, grandes transformações ocorreram em todos os aspectos. Éramos meros produtores de arroz e soja. Nos transformamos num dos principais polos de produção de proteína vegetal e proteína animal. Éramos uma população predominantemente sulista. Nos transformamos em uma cidade multifacetada, que acolheu e acolhe migrantes advindos dos quatro cantos do país e, juntos, estão construindo a identidade cultural do povo luverdnese.
As transformações econômicas trouxeram também demandas socioeducacionais. Com isso, torna-se cada vez mais desafiador manter os indicadores de qualidade de vida que projetaram Lucas do Rio Verde como uma cidade modelo para Mato Grosso e até para o país.
Planejamento, gestão responsável, investimentos em infraestrutura, urbanização, educação e saúde são os principais fatores que contribuíram para que o município chegasse ao elevado patamar de desenvolvimento que o projetou como destaque. Manter o elevado índice de desenvolvimento exige cada vez mais planejamento, gestão responsável, investimentos em infraestrutura, em saúde, educação, segurança pública, habitação, saneamento, esporte, cultura, lazer, meio ambiente e sustentabilidade.
Mais importante do que manter um bom índice, entretanto, é possibilitar que os cidadãos sintam-se bem onde vivem, que usufruam da segurança e tranquilidade suficientes para trabalhar, criar seus filhos e sentirem-se partícipes do desenvolvimento.
Cremos que este deve ser o espírito que há de nos integrar na celebração dos 42 anos de fundação e 36 anos de emancipação de Lucas do Rio Verde, a nossa cidade. O esforço empreendido pelos migrantes de outrora para construir uma cidade capaz de oferecer qualidade de vida a todos que nela vivem, deve continuar inspirando os migrantes e os jovens de agora para que todos possamos permanecer unidos no mesmo espírito e nos mesmos ideais que moveram os pioneiros a empreenderem esforços para fazer de Lucas do Rio Verde uma cidade diferente, onde a cooperação e a participação coletiva produzem resultados.
Parabéns, Lucas do Rio Verde, pelos 42 anos de fundação! Parabéns, povo luverdense, pelos 36 anos de emancipação e progresso!
Que a cultura, em especial a literatura, continue conquistando seu espaço e contribuindo para integração deste povo destemido e arrojado!
Vera Terezinha Faccin Carpenedo