1º CIRCUITO LITERÁRIO DE LUCAS DO RIO VERDE-MT. DE 11 A 16 DE OUTUBRO DE 2021.
Simone Consentino Jús
RELATO FORMATIVO
Um sábado, sozinha em frente ao meu notebook, durante uma hora, doze minutos e cinquenta e nove segundos bastaram para deixar meu coração quentinho, meu espírito cheio de esperança, sentir-me conectada a outras almas que amam a arte e que não desistem em fazer ouvir sua voz.
Ouvi Maria Clara, a presidente recitar “Luz do Mundo” e pensei: eu também quero um punhado de terra seu moço, para construir o mundo...
Vi Almir, um professor, emocionado homenagear sua mestra! Ah como me senti representada em sua gratidão.
Claudia Miranda rompeu as barragens e com ela segui o fluxo de seu rio, elevando meus pensamentos ao encontro das às palavras de Darcília, com suas palavras soltas ao vento trazendo lamento e glamour ao entardecer.
Então Dolores chegou e relatou suas dificuldades, seus desafios. Seria Dolores que falava ou era eu mesma que lhes contava?
Em seguida encontrei Fátima contando-me sobre sua busca ao amor, lembrando-me que é essa busca que dá sentido a nossas vidas.
Almir voltou! Em sua singela homenagem a todos os poetas me apresentou Marli Valker, onde ao pesquisar descobri algumas obras como Pó de Serra, uma poesia da sobre a experiência de uma mulher, algo que sempre me interessa... Leitura anotada para breve.
As surpresas não findavam. Imaginem vocês um policial formado em ciências contábeis recitando seu poema “Encantado”. Quanta delicadeza e amor. José Guimarães, encantada!
Valéria Luz iluminou nossa noite. De Chapadão do Sul para Sinop nos confidencializou suas inspirações poéticas. Guardarei seu poema e principalmente suas palavras: - “As palavras nasceram para fazer devaneios e nos trazer alegrias”.
Como as palavras podem nos levar em tantas viagens. Fisicamente longe há quase mil e oitocentos quilômetros pude me sentir dentro da cidade de Lucas ao ouvir a poesia de Francisco, que escreve como Graciliano.
Ah, já estava quase no fim e ainda não havia rolado uma lágrima. Tudo tão lindo e emocionante que não tiravam meu sorriso do rosto, mas ainda faltava o choro e Vera chegou para não deixar a noite acabar assim, e então recitou “Lua de Sangue”, trazendo nossos dias de luta de volta ao pensamento e a emoção a flor da pele.
Solange continuou me emocionando com a poesia de sua filha e encerrando a noite com Raquel de Queiroz.
“... da inocência da infância até à velhice extrema, continuará exatamente assim, só atribuindo interesse e grandeza àquilo que está a serviço da sua pessoa e da sua importância.”
Fechei meu notebook, cheia de gratidão e felicidade, tal qual uma adolescente que volta para casa no fim de uma boa balada e dormi cheia de inspiração e coragem para continuar minhas batalhas, mais forte porque confirmo minhas crenças que podemos nos unir nessa egregora de amor.

São João da boa Vista, 25 de Outubro de 2021.




Carmem


Simone é brasileira, 52 anos, nascida em Santo André- SP, reside desde a infância em São João da Boa Vista- SP.

 

Trabalhou desde a adolescência, de auxiliar de escritório a gerente de loja. Casada há mais de trinta anos e mãe de duas mulheres, recebeu um grande incentivo familiar para voltar a estudar quando suas filhas saíram de casa para cursar a faculdade. 


Aos 45 anos formou-se em tecnologia da informação no Instituto Federal de São Paulo e logo após especializou-se em gestão do varejo. Hoje atua como funcionária pública e aproveita seu tempo livre para o estudo de terapias holísticas que a encorajaram a colocar em prática um sonho de sua infância, escrever. 


Autora independente possui dois títulos publicados: Sentido Superluminal e As Senhoras da Catedral de Saint Brendan. Em 2021 sua poesia “Saudade de Casa” ficou em primeiro lugar no concurso da Academia de letras de sua cidade. Participou na Coletânea No Baú da Vovó com seu texto “As Três Marias”, e pretende continuar escrevendo porque acredita que as palavras tem o poder de materializar universos ainda não explorados, nos elevar, nos encantar.